
Alterações Climáticas: a História de Zarrina
«Agora estamos protegidos, sentimo-nos seguros, percebemos que não estamos sozinhos na nossa luta contra as catástrofes naturais.»
Zarrina Noyobova, uma habitante da aldeia de Qozideh, no Tajiquistão, sofre diariamente com o impacto negativo das alterações climáticas e do aquecimento global. Os efeitos manifestam-se num aumento do número de desastres naturais, como enchentes, avalanches e fluxos de lama.
Qozideh é uma pequena aldeia com uma população de cerca de 285 pessoas e 57 agregados familiares. Cada desastre natural tem um efeito devastador na vida e nos meios de subsistência das populações. O degelo intensivo dos glaciares, por exemplo, faz com que os rios subam e, por sua vez, galguem as suas margens, destruindo terras e representando um alto risco para a vida das pessoas.
«Viver com o medo de que um dia a nossa casa, os meios de subsistência, a escola, a estrada principal que nos liga ao mercado e ao centro da cidade possa ser destruída por fluxos de lama ou inundações é insuportável. Isto quando temos a sorte de salvar a vida. Mas… as nossas vidas podem ser-nos tiradas em poucos minutos, horas, dias… Nunca sabemos quando vamos ser atingidos pelos perigos naturais, só precisamos deestar preparados para encontrar formas de escapar ou reduzir os riscos.»
A Agência Aga Khan para o Habitat (AKAH), através da fase 10 do projeto DIPECHO, «Fomentar Comunidades Resilientes a Catástrofes em Ambientes Isolados de Montanha do Tajiquistão», responde a este desafio. O projeto visa fortalecer a preparação da comunidade face a emergências e a capacidade de resposta a calamidades, bem como implementar projetos de mitigação estrutural para reduzir os riscos de catástrofes.
A fim de compreender os potenciais riscos para a aldeia, e especificamente a zona de alto risco, a AKAH levou a cabo a Avaliação de Vulnerabilidade de Risco (HVA). Com base na HVA, a AKAH, através do projeto DIPECHO X, implementou com sucesso o projeto de mitigação do canal de lama. Agora, quando os rios sobem, a água é contida, impedindo a sua propagação e salvando vidas e meios de subsistência.
«Como uma mulher que pensa sempre no bem-estar dos seus filhos – para que sejamsaudáveis, protegidos, seguros e bem-sucedidos –, decidi deixar a aldeia e começaruma nova vida numa zona mais segura. Perdi a esperança de que a ameaça dos perigosnaturais pudesse diminuir até ter testemunhado a forma como a AKAH se preocupacom a segurança da minha pequena aldeia. Então decidi ficar e participar no trabalhoque esta organização está a fazer. Sou uma testemunha de como o trabalho tem sidorealizado e agora sinto-me segura.»